BANCOS GASTARAM MILHÕES COM PESQUISAS ELEITORAIS
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou nota na
noite deste domingo (30) cumprimentando o candidato petista Luiz Inácio Lula da
Silva por sua eleição como presidente do Brasil, e Geraldo Alckmin como vice.
A Febraban saúda o processo democrático brasileiro e destaca
que o setor bancário está à disposição para colaborar com o novo governo.
A nota, assinada pelo presidente Isaac Sidney (foto), diz ainda
que, ao longo dos últimos meses, promoveu encontros com candidatos e suas
equipes para tratar de temas “importantes para o crescimento sustentável da
economia.” Entre esses temas estão, segundo a Febraban, o “controle da
inflação, responsabilidade fiscal, manutenção da autonomia do Banco Central,
priorização das reformas tributária e administrativa, atração de investimentos
e medidas voltadas à redução do custo de crédito para os consumidores.”
O QUE É A FEBRABAN
A FEBRABAN - Federação Brasileira de Bancos - é a principal
entidade representativa do setor bancário brasileiro. Fundada em 1967, na
cidade de São Paulo, é uma associação sem fins lucrativos que tem o compromisso
de fortalecer o sistema financeiro e suas relações com a sociedade e contribuir
para o desenvolvimento econômico, social e sustentável do País.
O objetivo da Federação é representar seus associados em
todas as esferas do governo – Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e
entidades representativas da sociedade, para o aperfeiçoamento do sistema
normativo, a melhoria continuada dos serviços e a redução dos níveis de risco.
Também busca concentrar esforços que favoreçam o crescente acesso da população
aos produtos e serviços financeiros.
O quadro associativo da entidade conta com 119 instituições
financeiras associadas de um universo de 155 em operação no Brasil, as quais
representam 98% dos ativos totais e 97% do patrimônio líquido das instituições
bancárias brasileiras.
A FEBRABAN não realiza operações financeiras de qualquer
natureza. A Federação não faz empréstimos, financiamentos, transferências de
valores, aplicações, captação de recursos de investimentos ou recebe depósitos
de poupança, para pessoas físicas ou jurídicas.
Para toda e qualquer operação financeira o interessado deve
procurar um banco. Clique aqui para saber sobre as instituições financeiras
associadas.
ASSOCIADOS DA FEBRABAN
E AS PESQUISAS ELEITORAIS
Um fato marcante das recentes eleições brasileiras tem sido
a contratação pesquisas eleitorais constantes, e, com inusitada antecedência do
pleito, por parte de associados da Febraban (Banco Modal, Banco Genial S.A,
Banco BTG Pactual S.A).
Nestas eleições de 2022 as pesquisas foram realizadas com dois
anos de antecedência. Nomes de candidatos que foram pesquisados sequer chegaram
a registrar suas candidaturas: Luciano Hulk, Sérgio Moro, Henrique Meirelles,
entre outros.
Segundo o site Poder360, bancos, corretoras e grandes
empresas do mercado financeiro pagaram pela realização de pelo menos 22
pesquisas de intenção de voto para presidente nas eleições de 2022. Os
levantamentos são divulgados desde outubro de 2020 e aparecem com frequência em
jornais, revistas e telejornais em grandes emissoras de TV. Alguns desses
estudos foram contratados para serem realizados regularmente.
Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/eleicoes/22-pesquisas-sobre-2022-foram-pagas-por-bancos-e-corretoras/)
Em 25 de julho de 2022,
a colunista Neuza Sanches da Veja publicava o artigo “Por que bancos e
corretoras fazem suas próprias pesquisas eleitorais”
Anote no seu caderno: só nesta semana, a previsão é que
sejam divulgados os resultados de 25 novas pesquisas eleitorais para os
governos estaduais e para a Presidência. Um detalhe interessante é que boa
parte delas foi contratada por bancos e corretoras, entre eles, BTG Pactual, XP
e Banco Modal.
Leia mais em:
No dia 17 de outubro de 2022, o jornalista Cláudio Humberto
publicou sob o título “Bancos gastam milhões em pesquisas eleitorais sem
explicar interesse” a seguinte nota:
“Impedida de investigar empresas de pesquisas pelo ministro
Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Polícia
Federal não poderá ajudar a desvendar o misterioso interesse de bancos e
corretoras de investimentos na contratação de pesquisas eleitorais. Gastam
milhões. Isso tem despertado suspeitas de experientes parlamentares como o
líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), convencido de que
se trata de “um negócio bilionário”. Suspeita sólida: Ricardo Barros
acha que pesquisas eleitorais podem ter sido usadas para influenciar votos e
também para afetar o comportamento da Bolsa. Olha a dinheirama: A
corretora e banco Genial gastou com a novata Quaest quase R$2,6 milhões
(R$2.585.831,61) somente em setembro e outubro. Pesquisa para quê? O
banco de investimentos BTG Pactual, cujo dono é ligado a Lula, pagou R$1 milhão
(R$1.031.662,64) à empresa FSB por pesquisas eleitorais. Dinheiro não falta:
A XP Investimentos gastou R$168 mil com duas pesquisas do Ipespe e o Banco
Modal R$ 907 mil por 14 pesquisas da Futura Inteligência.
ERROS DOS INSTITUTOS DE
PESQUISA ELEITORAL EM 2018
Publicou o jornal Gazeta do Povo: “A eleição de 2018 foi
marcada por erros nada menos que grotescos, em que os resultados reais foram
radicalmente diferentes daqueles apontados às vésperas do pleito. Foi assim com
os desempenhos de Romeu Zema em Minas Gerais, Wilson Witzel no Rio de Janeiro,
e Carlos Moisés em Santa Catarina; ainda que se possa alegar que pesquisas são
“retratos de momento”, em nenhum desses casos houve algo que pudesse causar
tamanha reviravolta em poucas horas. Os erros foram ainda mais numerosos na
disputa para o Senado, na qual, alegou-se à época, o fato de haver duas
cadeiras em jogo levou a muitas escolhas de última hora que desbancaram
candidatos cuja eleição era dada como certa, como Roberto Requião e Beto Richa
no Paraná, Dilma Rousseff em Minas Gerais, José Fogaça no Rio Grande do Sul e
Eduardo Suplicy em São Paulo.
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/eleicoes-erros-institutos-pesquisa/
GRAVES ERROS DO PRIMEIRO TURNO
DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL DE 2022
Prossegue a Gazeta do
Povo: “Quatro anos depois, houve uma nova série de erros bastante significativos,
como o desempenho do ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (PL), que vai para o
segundo turno em São Paulo com sete pontos de vantagem sobre um Fernando Haddad
(PT) que era o líder absoluto das pesquisas. Ou a reeleição em primeiro turno
do fluminense Cláudio Castro (PL), quando as sondagens davam como certo um
segundo turno contra Marcelo Freixo (PSB). A situação não foi diferente em
disputas para o Senado – desta vez, sem a desculpa das duas vagas –, em que
houve erros significativos em estados como o Espírito Santo, onde Magno Malta
(PL) derrotou a líder Rose de Freitas (MDB); Paraná, em que Sergio Moro (União
Brasil) venceu e Alvaro Dias (Podemos), líder das pesquisas, terminou em
terceiro lugar; São Paulo, onde Marcos Pontes (PL) desbancou Márcio França
(PSB) por 13,5 pontos porcentuais de vantagem, quando a pesquisa mais benéfica
ao ex-ministro o mostrava rigorosamente empatado com o ex-governador paulista;
e Rio Grande do Sul, onde o general Hamilton Mourão (Republicanos) se elegeu
senador apesar de figurar em terceiro lugar nas pesquisas. Por fim, é preciso
também mostrar que, assim como ocorrera em 2018, a performance eleitoral de
Bolsonaro no primeiro turno foi amplamente subestimada por todos os principais
institutos de pesquisa. Enquanto a votação de Lula pode ser considerada dentro
da margem de erro das pesquisas, ou muito próxima dela, várias sondagens de
véspera colocavam o atual presidente com menos de 40%. Este fato, aliás, chama
a atenção para um “padrão” nos erros de 2018 e 2022: os candidatos cujas
votações são bem superiores ao projetado pelas pesquisas costumam ser
conservadores, de centro-direita ou direita; já aqueles com intenções de voto
“infladas” nas pesquisas são seus oponentes de centro-esquerda ou esquerda,
como ocorreu agora com os paulistas Haddad e França.”
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/eleicoes-erros-institutos-pesquisa/
FONTES
Portal Febraban
https://portal.febraban.org.br/pagina/3031/9/pt-br/institucional
Diário do Poder – Cláudio Humberto
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