PT apaga publicação em que relaciona Alexandre de Moraes ao PCC
“Advogado de empresa ligada ao PCC e da Siemens
Conhecido repressor dos movimentos sociais, Alexandre de
Moraes, até então secretário de Segurança Pública do governo de Geraldo Alckmin
(PSDB), assumiu o Ministério da Justiça e da Cidadania do governo golpista de
Michel Temer. A nova pasta integrará o já existente Ministério da Justiça com o
da Mulher, Igualdade Racial e Direitos Humanos.
Em declaração mais recente, Moraes classificou como “atos de
guerrilha” as manifestações em favor da presidenta Dilma Rousseff. Ele já
afirmou que irá reprimir os atos.
Como Secretário de Segurança Pública de São Paulo, o
“ministro de direitos humanos” esteve à frente de operações truculentas da
Polícia Militar paulista, conhecida por sua violência e mortes arbitrárias. Uma
delas foi a reintegração de posse no Centro Paula Souza, que retirou
violentamente estudantes que protestavam contra a máfia da Merenda e por
melhorias na educação.
No início do ano, inaugurou o uso de blindados israelenses
para reprimir as manifestações estudantis do movimento Passe Livre e dos estudantes
secundaristas em São Paulo.
“Quem assistiu hoje viu que a polícia agiu na legalidade. É
essa a indicação. A polícia fica mais de uma hora negociando com os
manifestantes para que eles desobstruam a via e se eles se negam. Não é
possível que poucas pessoas atrapalhem milhões de pessoas que estão indo
trabalhar, estudar, que chutem e batam cadeiras nos carros. Isso é baderna e
crime,” afirmou no fim do ano passado o secretário, defendendo a ação violenta
da PM paulista em um protesto estudantil.
Como Secretário de Transportes e Serviços da gestão do
prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, também omitiu dados de mortes no
trânsito. Além disso, reduziu contratos de varrição da cidade, o que fez as
reclamações de lixo na rua explodirem.
Em 2005, à frente da Febem em São Paulo, demitiu por “justa
causa” arbitrariamente 1.751 funcionários e contratou uma nova equipe às
pressas. A medida gerou um rombo milionário na instituição, já que a maioria
dos funcionários demitidos injustamente conseguiu reintegrar-se ao cargo. O
Estado foi processado por danos morais por diversos funcionários. Uma
funcionária nova, sem treinamento, foi estuprada por internos em Franco da
Rocha, por exemplo. Já outra, demitida injustamente, alega ter entrado em
depressão. Sob sua gestão, fuga e rebeliões na instituição dispararam.
Reportagens divulgadas pela imprensa em 2015 denunciaram que
o futuro ministro aparecia, no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, como
advogado em pelo menos 123 processos na área civil em favor da Transcooper.
Aparentemente, nenhum problema, a não ser pelo fato que a empresa é citada em
um investigação que apura formação de quadrilha e lavagem de dinheiro do PCC.
Enquanto advogado, Moraes também defendeu um ex-diretor da
Siemens envolvido no esquema de propinas do cartel de trens em São Paulo, o
Trensalão. Também já conseguiu a absolvição de Eduardo Cunha uma ação sobre uso
de documento falso pelo deputado.
Fim da lista tríplice
Em entrevista publicada pelo jornal “Folha de S. Paulo”,
nesta segunda-feira (16), o ministro interino da Justiça, Alexandre de Moraes,
defendeu que o presidente golpista deixe de seguir a lista tríplice para nomear
a chefia da Procuradoria-Geral da República.
Apesar de não existir nenhuma previsão na Constituição
Federal, a prática para nomeação de nomes para o cargo de procurador-geral da
República foi adotada pelos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
e da presidenta eleita Dilma Rousseff. Eles indicavam, sempre, o primeiro nome
da lista tríplice para o cargo.
De acordo com a Associação Nacional dos Procuradores da República,
a tradição de formação da Lista Tríplice foi iniciada em 2001. “Trata-se de um
processo que atende ao clamor da classe de indicar aquele que acredita ser o
mais preparado para gerir a instituição”, diz a associação.
O órgão reconhece, ainda, que a partir de 2003, durante
gestão do ex-presidente Lula, o presidente passou a reconhecer e a prestigiar
as escolhas dos procuradores da República para chefia da PGR.”
Da Redação da Agência PT de Notícias
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