Rui Grúdi gravou 3 discos de vinil, e 4 CDs: “O Canibal”, “O Estrambológico”, “Deixe 8ito para mim” e “Brinquedos do passado”, gravado em março de 2020, porém ainda não lançado devido a pandemia
Rui Grúdi é
cantor, compositor, professor e poeta. Mora no Sítio Mandaçaia, em Serra
Talhada, onde cria e produz mel de diversos tipos de abelhas, inclusive a
mandaçaia - abelha sem ferrão que se encontra em processo de extinção.
Rui Grudi
explica.
- Crio a
mandaçaia sem objetivos comerciais e sim para preservar a espécie.
Rui Grúdi é
autor de 300 músicas, gravadas por Alcymar Monteiro (Festa de Vaquejada), Zé
Marcolino, Zé Kuitut, entre outros. É
autor do hino do Grupo de Xaxado Cabras de Lampião conhecido em todo Brasil.
Rui Grúdi
nasceu numa cidade que nunca viu.
Filho de um
caminhoneiro de espírito cigano – Arnaldo Eugênio da Silva – que se apaixonou
por uma serra-talhadense – Inêz de Medeiros da Silva -, que trabalhava num
hotelzinho de beira de estrada, na Bomba, nome do bairro que tinha o único e
mísero posto de gasolina de Serra Talhada na década de 1950.
Assim que
conheceu Inêz, Arnaldo deixou tudo na sua vida. Abandonou o Ford 29 de uma
empresa de transporte do Recife, pediu demissão do emprego, abrindo mão da
indenização, e foi viver o amor de sua vida. E continuou viajando mundo afora.
Agora, acompanhado. Trabalhou em Teófilo Otoni como relojoeiro. Viajaram várias
cidades de Minas Gerais até chegar em Conceição do Ipanema.
Seu filho
Rui Medeiros da Silva nasceu em Conceição do Ipanema, Minas Gerias, em 9 de
junho de 1955, cidade localizada no Vale do Rio Doce que hoje tem em torno de 5
mil habitantes.
Mas, com
seis meses de idade, Rui começava uma verdadeira excursão cigana: Santos
Dumont, Manhumirim, Governador Valadares, Caratinga, Volta Redonda, Niterói,
Rio de Janeiro, São José dos Campos, São Paulo e Santos, onde permaneceu um
tempo maior.
Mas logo
bateu o espírito de arribação em Seu Arnaldo: De Salvador até Recife, onde foi
morar no bairro da Mustardinha, onde pegou muitos carangueijos com armadilhas
feitas com latas de óleo de cozinha Salada.
Rui Grúdi
recorda quando a música entrou em sua vida. Ainda garotinho, aos 7 anos, Rui
começou despertar para a música.
- Quando eu
era ainda uma criança, meu irmão mais velho, Unias, ensinou-me os primeiros
acordes de violão. Dando-me assim a chance de uma viagem inteira.
- Em meados
de 1967, minha mãe convenceu meu pai a voltar para Serra Talhada. Mas, em menos
de um ano, fizemos outra arribada, desta vez para Petrolina, quando eu era
rapazola. Ali também fui escoteiro mirim no colégio das freiras e fui a muitas
pescarias nos paquetes (canoa do rio São Francisco) com meu pai e seus amigos.
- Pesquei
piau, traíra, mandim, jundiá e pacamão. Aprendi a pescar de mão, indo pra loca
dos peixeis, nos porões das águas frias.
Aos 9 anos
começou fazer suas primeiras apresentação em rádios, como na Emissora Rural, em
Petrolina.
- Em
Petrolina, surgiram as minhas primeiras apresentações em público, na Emissora
Rural A Voz do São Francisco. E foram aqueles programas de calouro, no
auditório da rádio, que deram desinibição e expressão corporal pra aquele
pitoco de apenas 13 anos de idade. O programa de calouro era aos domingos e seu
apresentador era Franklin Idelano.
Em
1969, seu pai resolveu novamente arribar
de volta pra Serra Talhada. E nunca mais mudamos de cidade. Rui conta que em
Serra Talhada a brincadeira dos meninos era brigar nas ruas, na tapa e na
roleta. Tinham os valentões como Nilso de Zazinha.
- Eu briguei
com Nando do Buchão e no fim da briga, além de ter apanhado, o Nilso de Zazinha
me pegou no braço e esfregou o dedo médio no meu pescoço e gritou: “Esse danado
não toma banho não, o nome dele é Rui Grúdi!” Fiquei calado. Depois xinguei
quem me achava de Rui Grúdi. Brigas e confusões por causa do apelido. Passados
os anos, cheguei a conclusão de que a atitude mais sensata seria me rebatizar e
eternizar a única coisa que resta da minha tão doce adolescência, e que não
morrerá comigo, minha queridíssima alcunha: Rui Grúdi.
Rui Grúdi
conta que o espírito do pai permaneceu o mesmo em Serra Talhada.
- Como meu
pai gostava de se mudar, ficamos nos mudando dentro da cidade. Moramos em
várias ruas. A que mais me marcou foi a rua Rui Barbosa, conhecida como a Rua
do Correio. Lá conheci meus melhores amigos. Depois nos mudamos para a Jacinto
Alves de Carvalho, daí para Henrique Melo, onde meu querido pai e minha querida
mãe vieram a falecer em 1987.
- E, eu que
passei por todo esse emaranhado de sofrimentos, felicidades e aventuras, ainda
hoje moro na minha querida mãe adotiva, Serra Talhada. Sou serra-talhadense por
opção. Mas, tenho certeza, de que também vou morrer aqui, sem nem ao menos
conhecer essa tal de Conceição do Ipanema.
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Parabéns Rui Grudi vc é sensacional..gratidão a Deus por ter vc aqui em Serra Talhada.
ResponderExcluirUma história simples e cativante. Não conhecia o artista, mas vou acompanhar sua trajetória
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